A terminar a série Rainhas da Europa, onde se apresenta as
princesas de Portugal que, por via do casamento, reinaram em várias nações
europeias, surge uma moeda dedicada a D. Maria Bárbara de Bragança, que casou
com D. Fernando VI de Espanha em 1729. Moeda criada pelo escultor Rui Vasquez,
esta moeda apresenta no seu anverso a Representação da Troca das Princesas,
cerimónia que se realizou no meio do rio Caia, entre Elvas e Badajoz, numa
grandiosa ponte-palácio em madeira erigida para a celebração do duplo casamento
dos filhos de D. João V de Portugal – D. Maria Bárbara e D. José – com os filhos
de Filipe V de Espanha – D. Fernando VI e D. Mariana Vitória.
O enxoval da princesa D. Maria Bárbara foi exuberante e
deslumbrante. D. João V, para dar mais maravilhoso realce à cerimónia, mandou
edificar o palácio de Vendas Novas, que ainda hoje se recomenda uma visita, com
o único fim de dar dormidas durante duas noites, uma à ida e outra à volta, a
toda a comitiva portuguesa e espanhola. Para a sua construção foram necessários
mais de um milhão de cruzados. Em 1746 faleceu Filipe V, e o príncipe das
Astúrias subiu ao trono com o nome de Fernando VI, agarrando assim a princesa
D. Maria Bárbara a coroa de rainha de Espanha. Paquis e Dochez na sua Historia
de Espanha «que D. Maria Bárbara era dotada das maneiras mais perfeitas, tinha
um carácter meigo, mas com disposições para a avareza.» A rainha de Espanha
exercia uma grande influência sobre o marido, que tinha herdado do pai, como dizem
os referidos historiadores no carácter melancólico, a indolência e a
incapacidade.»
À sua influência e bom senso se deve o facto de terem
terminado as pendências que existiam entre Portugal e Espanha. O embaixador em
Lisboa, o marquês de Candia, foi logo substituído pelo duque de Sotto-Mayor, o que
fez modificar a política espanhola em relação a Portugal. D. Maria Bárbara
faleceu sem ter filhos, sendo herdeiro do trono, por morte de Fernando VI, seu
irmão Carlos III.
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